Zezinhos, aqueles grandes malucos

Estava para aqui a ler todas estas descrições de furunculosidades várias quando tropecei na descrição de uns certos seres de aparência humana cujos membros anteriores apresentavam inscrições publicitárias. Estes seres pareciam ser permanentemente percorridos por uma corrente de ar que lhes conferia uma vivacidade perturbadora, diria até mesmo fantasmagórica, mas de um certo modo amigávelmente aparvalhada. Ora, até hoje eu estava convicto que esses seres eram fruto da minha imaginação! Amiúde eu passava em frente a um talho ou uma oficina automóvel e os via fazendo vénias repetidamente e sorrindo e acenando na minha direcção. Quando perguntava a quem me acompanhava: "Olha, aquele indivíduo com ar pálido e cilindrico está a dizer-nos adeus, conheces?", a resposta era sempre a mesma: "Não estou a ver ninguém...". Assim eu fui-me convencendo de que os Zézinhos (como eu gosto de lhes chamar) eram o produto de um consumo abusivo de ovos kinder ou outras drogas psicotrópicas ou então de algum trauma de infância mal resolvido (eu nunca tive um action man...). Ainda na semana passada passei por um Zézinho que ostentava as palavras "Talhos Matias" e limitei-me a acenar-lhe ao de leve com esgar no rosto, pensando para mim "podes estar sozinho na vida, mas anda aí um zezinho maluco que gosta de ti!!". Mas, se por lado fico contente por confirmar a sua existência, pois quando me cruzar com deles poderei cumprimentá-lo com um sonoro: "E quê Zé?!", por outro angustio-me profundamente. Angustio-me porque sinto que há quem se esteja a aproveitar da boa vontade e da boa fé dos Zézinhos! Sim, porque embora se comecem a ver cada vez mais zezinhos nos estádios, não se zela verdadeiramente pela sua segurança! Eu digo isto porque presenciei uma tentativa de violentação de um zezinho por parte do afamado "Kinas". Inveja? Possivelmente, é que os zezinhos são muito fófinhos.. JMP