Pancas (também tens que eu sei que tens)
Todos nós temos um ou outro comportamento ou gosto esquesito, traços inexplicáveis e as vezes irracionais do nosso ser, que não raramente são alvo de preconceito ou mesmo chacota quando descobertos pelos outros. Pancas. O seu nome é pancas e são como os genitais – todos as temos, podemos partilhar ou não, e podemos até ser gozados por causa delas! Pois bem, o vosso amigo gosta de fazer pouco de si mesmo, portanto cá vai: João Vieira Pinto! Recuemos. Estava eu há umas semanas a entrar nessa coisa linda que é o Estádio Municipal de Braga com um compincha da bola (chamemos-lhe assim), para assistir ao potencialmente agradável (mas factualmente merdoso) BRAGA-BOAVISTA, quando vislumbrei a poucos metros de mim no relvado um sujeito que me pareceu familiar. Arregalei os olhos e aproximei-me para ver melhor. “O sujeito” jogava pelos visitantes e estava a fazer aquecimento com bola juntamente com um negrito retinto – comprado provavelmente por tuta e meia num qualquer mercadito africano – que o olhava atentamente. “O sujeito” tinha longo cabelo loiro, usava a chamada fitinha e tratava a bola com um je ne sais quoi que mais nenhum dos maganos que lá estavam tinha. No seu olhar vi um brilho especial, de quem sabia que mais tarde quando chegasse a casa, encontraria uma mulher linda e volumptuosa que o receberia de braços – e não só – abertos. Pensei: não pode ser! Será… - e era mesmo! João Vieira Pinto, em carne e osso, um herói da minha infância, já em fase descendente, mas ainda temido e respeitado como poucos… A minha panca (uma delas pelo menos)! Dizem-me: “Ah, és mesmo parvo. O gajo só fez asneiras, lixou-nos na Coreia e só se atira para o chão!”. Respondo: “Quem não pecou que atire a primeira pedra!”. E calam-se. Riem, sorrisos de escárnio, mas calam-se. Enquanto petiz quis ser como ele, quis SER ele! Driblar como quem dança um tango, rematar o rematar mortal, simular como um mestre, O mestre (!), do disfarce, mergulhar como um golfinho enganando arbitro, fiscais e 30000 pessoas ao mesmo tempo! Dizer filho da puta, cabrão e vai pró caralho com tamanha elegância e finesse; e inutilizar o adversário com um simples e subtil golpe de cotovelo! Qual John Malcovich qual quê! Eu queria ser João Pinto!!! E ali estava eu, aos 19, contemplando o meu herói… Nas horas que se seguiram permaneci assim, absorto, ausente, estupidificado, como que hipnotisado. Alheio aos outros, ao jogo que decorria. Alheio. Panca, é verdade. Irracional, sim senhor. Mas ao menos não ando na droga! JPO |
3 Comments:
o JPO é fanchono! eu estava com ele enquanto ele vislumbrava o João Pinto e só lhe falto baixar as calças e pedir-lhe para o enrabar!
8:03 da tarde, novembro 18, 2005
Ah sim tb eu fui fa desse senhorrr...
mas como disse tao bem Octávio Machado:"esse senhor (JVP) só não conseguiu enganar duas pessoas... duas... o Vale e Azevado e o Gil y Gil (n sei s s escreve assim lol)
eu tb tive o prazer de ter avistado esse individuo m carne e osso num restaurante no cais de gaia e de ter o cromo dele repetido na caderneta do futebol deste ano (troco pelo simao ou manuel fernandes)
JMP
9:52 da tarde, novembro 18, 2005
Tá bem...mas no outro dia andava ele a passear pelas ruas de braga com a Marisa Cruz (ainda estava prenha na altura)! queria ver se vocês iam ter com o joão pinto! eu cagava-lhe na tola!
F.M.
5:35 da tarde, novembro 23, 2005
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