A Diva e eu (História verídica)

Na 5ª feira fui a Caminha e a minha vida mudou. Depois de um dia de intensa actividade praxística, a minha manada caloiriforme foi conduzida a um recinto de aspecto salutar onde nos foi facultado um caldo verde bem quente e uma sandes. Parecia um dia igual a tantos outros, em que a minha alma recebia apenas algum calor dum pouco de tinto(Dão), branco(força Muralhas!) e Porto(Tawny, pronuncia-se tóni) à mistura.

Mas eis que ouço um rumor que percorre a turba... "a Ágata vai actuar!"... Balelas, pensava eu.Sou então arrastado em direcção ao palco , por uma força que só posso explicar como sendo a mítica força gravitacional de Ágata. Lá chegado, e na primeira fila, maravilho-me com todo um espetáculo muito para além da música! Observei boquiaberto como o ecran no fundo do palco mostrava uma outra Ágata cujos movimentos não correspondiam à que viamos perante nós (um clone concerteza). Admirei ainda os movimentos sinuosos das meninas que ladeavam a grande Ágata, e a banda que se resumia a um indivíduo obeso de ar enfadado com auscultadores.

Então, quando pensava ter atingido já um estado de satisfação próximo do nirvana, a grande diva da música popular portuguesa aproximou-se de mim... Estiquei-me então exclamando repetidamente: "Ágata! Ágata!". Foi então que ela alcançou a minha mão e a segurou ternamente num gesto irrepetível. Retirei então prontamente a minha T-shirt de caloiro que a venerável Ágata segurou, rodopiou no ar arremessando-a de seguida para o meio do palco, para a devolver de imediato. E foi assim que a minha vida ganhou signicado, pois nunca esquecerei como as lágrimas quentes me escorriam pela face ao som de de melodias como "Sozinha" e "Perfume de Mulher".

Avé Ágata, pois a pedra preciosa à qual foste buscar o nome não te faz jus. JMP

PS: Não mais lavarei a mão direita bem como a minha cinzéla T-Shirt